Os alunos das turmas do 5º B e 5º C, na aula de Educação Tecnológica, confecionaram vários bolos com base nas etapas e medidas rigorosas de uma receita que tiveram que recuperar ou investigar. Foi assim abordado o conteúdo das medidas com utilização correta dos instrumentos de medida pelos alunos que deixaram um agradecimento a toda a equipa da cozinha pela disponibilidade do forno.
No âmbito do Projeto Erasmus+ os docentes Agostinho Oliveira, Beatriz Barreiro, Nuno Pereira e Carlos Carrilho, deslocaram-se, entre os dias 23 e 29 de abril, em representação do Agrupamento, à Terra do Fogo e do Gelo, isto é, a Reiquiavique, na Islândia.
Esta viagem revelou-se uma experiência inesquecível, não só pela possibilidade de contactar com uma realidade sociocultural, geográfica, climática e geológica completamente distinta da nossa, mas também pela oportunidade de partilhar e contactar com abordagens educacionais diferentes daquilo que se vai fazendo no nosso país, nomeadamente ao nível do modelo organizacional, das práticas didático-pedagógicas e dos respetivos currículos escolares.
A formação teve duas vertentes: uma indoor, de índole mais teórico, na qual as escolas debateram práticas educativas relacionadas com o efeito de estufa e as alterações climáticas, a pegada ecológica, as energias “verdes” e todos os problemas relacionados com sustentabilidade das nossas cidades e de que forma os docentes trabalham estas temáticas com os seus alunos. Na outra vertente, de carácter mais prático e outdoor, tivemos oportunidade de visitar uma eco-escola, do ensino pré-escolar; noutro dia os docentes visitaram a maior central geotérmica deste país e uma das principais a nível mundial, durante a qual nos foi explicado o seu funcionamento, assim como a rede de distribuição de energia elétrica e de água quente, que é usada para aquecimento de 99% das habitações deste país, com cerca de 380 mil habitantes.
Em paralelo foram efetuadas várias viagens exploratórias a sítios geotectónicos, a paisagens inacreditáveis e a cenários extraordinários, já usados por cineastas. Os docentes, à semelhança de exploradores de antanho, calcorrearam estradas, disseram “presente” ao pisarem o famoso rift, que separa as placas tectónicas euroasiática e norte-americana, subiram ao vulcão que sofreu erupção em 2021, com lava recente e centenas de fumarolas, observaram sorridentes e expectantes dois geysers ativos, visitaram magníficas cascatas, fotografando tudo, filmando atodo o tempo na ânsia de nada ficar por registar. Durante estas viagens, por estradas quase livres de outros carros, os docentes animaram-se em debates sobre o relevo mutável destes territórios gélidos, sobre o clima extremamente exigente para este povo que aqui persiste em viver, sobre o estado do tempo em constante mutação, sobre a fauna e a flora muito distintas das nossas, sobre o vento gélido que baixa a sensação térmica, sobre a constância da água por este país abençoado com recursos hídricos nos três estados físicos e pela pertinência das três cores que constituem a sua bandeira: o vermelho das erupções, o azul aquático e marinho e o branco da neve e dos gelos eternos. Ao mesmo tempo recolheram-se inúmeras as amostras de solo e rochas para servirem de evidência e enriquecerem o espólio da nossa escola.
Ainda assim, o melhor ficou para o fim do nosso périplo acima do paralelo 63: após uma longa jornada os docentes chegaram ao majestoso glaciar Vatnajokull, que se estende por 8 mil quilómetros quadrados (o maior da Europa) e que coloca qualquer ser humano em sentido tamanha é a sua beleza, a sua magnitude, a vastidão e o silêncio que nos percorre a espinha: devidamente equipados, os docentes andaram sobre o glaciar e percorreram 3 grutas naturais dentro do mesmo – uma experiência verdadeiramente surreal.
Esta foi, assim, uma aventura que permitiu levar o nome do nosso Agrupamento e do nosso concelho além-fronteiras: Islândia, França, Espanha, Grécia, Alemanha, Letónia, Finlândia e Hungria. É importante salientar que esta ação no âmbito do Erasmus e a interação com o território terá, certamente, um contributo fantástico para a prática educativa, pois esta partilha de experiências e vivências irá, certamente, ser transferida para as nossas salas de aula e, deste modo, enriquecer o processo de ensino-aprendizagem dos nossos alunos.
Por fim, deixamos aqui uma palavra de agradecimento à diretora do agrupamento e respetiva equipa que permitiu que pudéssemos usufruir desta oportunidade formativa, o apoio dos nossos familiares e em especial à coordenadora do Projeto Erasmus+, professora Fernanda Oliveira que, a milhares de quilómetros, soube estar presente, resolvendo, aconselhando e ajudando sempre que necessário.
Um bem-haja a todos.